6.5.12

Palavras que nunca te direi Mãe!

 
Hoje acordei com o Bom dia Mãe da S. tão bom este mimo. Mas estou triste, eu não posso acordar a minha. Tenho o coração apertadinho cheio de saudades, e os olhos ardem como se tivessem pimenta. Nestes dias o vazio é maior, sinto falta do abraço, da voz, do cheiro, e até dos ralhetes!

Mãe, não sei se fui sempre quem tu querias que fosse, mas eu não podia ter tido mãe melhor, mulher lutadora, de força, coração enorme e muito trabalhadora. Lembro do sacrifício que fizeste para nos ter os dois a estudar, naquele tempo a vida era muito dura, mas nunca nos deixaste desistir, eu queria trabalhar para ajudar nas despesas da casa, e tu nunca deixaste. 

Lembro-me de trazeres para casa o lanchinho que te davam, e tu não comias, guardavas e em casa partias religiosamente a meio, uma parte para mim e outra parte para o mano, quando haviam passeios da escola,ou visitas de estudo, muitos meninos não iam porque os pais não podiam pagar o bilhete, tu trabalhavas mais horas, ficaste muitas veses sem hora de almoço, só para podermos ir fazer a esses passeios. E a  boneca bailarina, lembras? Eu queria tanto aquela boneca, estava numa caixinha e tinha uma roupinha para mudar, eu nunca fui de pedir, nem pedi essa boneca, mas namorava-a todos os dias quando ia a mercearia, e o Sr. Martins deve ter-te dito, e tu no meus aniversário deste-me como presente. faltou-me o ar, quase rebentei de felicidade, mas tu pagaste-a as prestações, tu que nunca compravas nada se não tinha dinheiro, compraste a boneca em prestações. Como posso esquecer o que fizeste por nós? Como posso não sentir a tua falta? 

Foste demasiado rápido,  a tua mania de ser independente nem te deixou adoecer só para não dares trabalho, um dia partiste sem te despedir, eu tomaria conta de ti, eu só queria dar-te mimos como os que tu me davas Mãe!

Amo-te mais que ontem e menos que amanha!

Eu Oh!

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