E é mais uma Enfermeira a emigrar
para o Reino Unido, deixa para trás a família, o namorado e amigos, num País
que é o seu, que a viu nascer, crescer e estudar. Foi uma aluna exemplar, uma
filha que nunca deu problemas, e o seu principal objectivo era
acabar a sua licenciatura o mais rápido possível, porque sabia que os pais
faziam um esforço extra para a manter numa escola longe de casa, e ainda tinham
que pagar propinas, ou seja, para não ser inculta tínhamos que pagar. E eu que
sempre pensei e me ensinaram que estudar além de um dever era também um
direito!
E esta enfermeira emigrou porque
o seu País não respeita, não emprega e não reconhece os seus profissionais de
saúde, profissionais estes que são procurados por outros países, como sendo uns
dos melhores em todo o mundo.
A mim faz-me confusão, o nosso
governo incentivar jovens licenciados, neste caso enfermeiros, a emigrar quando
a saúde está tão mal em Portugal! Mas também se esquece que para emigrar nos
dias de hoje, é preciso ter dinheiro, como é que filhos de pessoas
desempregadas ou que vivem com míseros ordenados podem emigrar? É preciso para
toda a documentação (registos nas respectivas Ordens dos Enfermeiros, bilhete
de avião, passaporte, tradução de documentos em notário, dinheiro para levar
para um mês) mais ou menos 1.000 €,
isto fazendo as contas por alto.
Eu como mãe sinto-me revoltada, e
o meu coração doeu quando a vi entrar naquele avião, mas como qualquer mãe só
tenho que apoia-la e dizer-lhe que o importante é sonhar, e seguir o sonho, e
se não pode fazer no país dela que o faça em outro que a respeite e lhe de
valor.
É, esta enfermeira é a minha
filha, e um dia apesar de Portugal a tratar mal, ela vai orgulhar-se de ser
Portuguesa e ter levado com ela a sua bandeira para um outro país, e mostrar
que os portugueses são pessoas com imenso valor, e deixam boas marcas por onde passam.
Cecília Macedo
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