20.8.14

Um cimbalino fachabôr


Hoje levantei o rabo cedo da cama, e como estava com as águas ao sul decidi laurear a pevide.

Sem destino e a calcantes, eu queria era arejar a mona, mas antes  e para começar bem o dia fui ao café tomar a minha meia de leite com um bocado de regueifa com manteiga, sim porque sou de muito sustento!

Que bom não ter que ir vergar a mola, e poder passear, férias são férias e eu também já estava a precisar!

Fui para a paragem de autocarro, estava um briol do caraças, mas como gosto de andar de cu tremido foi a opção certa,  não sabendo muito bem onde queria ir,  esperei totil, até que apareceu o 906, decidi então ir até à marginal de gaia, no autocarro sentei-me ao lado de um morcão qualquer que tinha ar de manfio e devia estar de gesso, olhava-me de lado e de vez enquando encostava a perna dele na minha, eu já me estava a passar dos carretos, se a viagem fosse mais longa mandava-lhe uma traulitada directa à caixa dos fusíveis, pirei-me logo na primeira paragem da marginal, fogo!!!!!

A marginal de Gaia é sem dúvida muito bonita, mão tanto como a Ribeira do Porto, mas eu sou tripeira de gema, por isso esta opinião,  fui andando sem pressa e apanhando o ar fresco da manhã, apreciando a paisagem, o rio que parecia um espelho, os Rabelos ancorados, e do outro lado a fascinante Ribeira do Porto,  já andava muita gente a passear também, tinham que ter cuidado porque de onde a onde haviam policias no chão, porque os donos dos jecos não sabem levar um saquinho para apanhar os ditos.

A meio do cais de Gaia sentei-me numa esplanada.  pedi o meu cimbalino e fiquei dali a desfrutar a paisagem, linda sem duvida, os azeites já me tinham passado, o ar fresco faz mesmo muito bem à mona!

Na mesa ao lado estava um casal de jovens, ela uma faneca e ele um prato, percebi pelo paleio dele, pelo menos estavam divertidos aquela hora, talvez o fino que ele bebia tivesse a ver com essa boa disposição. Ele devia estar a contar-lhe a dos figos porque ela só dizia : - É é vai no batalha esse filme!

Bem, mas eu não vim laurear para estar sentada, por isso ala que se faz tarde, voltei ao passeio e fui andando parando, observando e pensando, as vezes o estar sozinha faz muito bem, aclaram as ideias.

Atravessei a ponte D. Luís e reparei que já retiraram os aloquetes dos namorados, as lindas promessas de amor foram pelo rio abaixo, ou acima, sei lá! Eu achava tão giro!

Fui parar à Ribeira, muita confusão, aproximava-se a hora dos morfos  e já cheirava a estrugido,  viam-se muitos camones alapados nos restaurantes panorâmicos!

Eu estava um pouco trenga e sem saber muito bem o que fazer, mas estava a ser giro comecei aproximar-se das barraquinhas de artesanato, gosto de ver coisas bonitas, mas tudo muito caro,  ainda bem que eu não levei muito tusto  assim não fui tentada a comprar, mas também acho que nestes locais se vende muito gato por lebre, mas claro que só enfia o barrete quem quer.

O meu estômago começou a roncar, sinal de fome, fui à casa das Iscas, normalmente não tem lá muita gente, eu gosto porque fico em frente ao rio, e vejo confeccionar a dita numa grande sertã e que por sinal nem é muito cara!

Deliciei-me à sombra de um guarda sol cor de burro quando foge, onde a mesa não precisava de toalha nem de papel dizia a dona, mas com umas azeitoninhas e uma broinha de Avintes  cinco estrelas, sim porque com iscas só broinha sabe bem, o molete só para as bifanas.

E ali à minha frente parecia um desfile de pessoas, camones e portugueses, a cada minuto que passava eu via mais gente, e de todos os estilos, haviam as matronas, as fanecas, os burgessos, os murções os borrachos, os nabos e os deliciosos tripeiros!

E continuei ali sentada, apreciar os que enfardavam e os que emburcavam!

Foi baril este passeio! Eu adoreie!

CM
(Texto com vocabulário tripeiro)
20/08/14

Eu Oh! Adoro ser tripeira :)

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